Gabriel Abrantes/João Pedro Vale
20 de Abril
1.º e 2.º episódio
Gabriel Abrantes Vídeo
Um dos modos de olharmos o mundo contemporâneo é através do zapping: ameaças ambientais, alteração das estruturas familiares, guerra de civilizações, questões de género e identidade sexual, relações económicas e de poder, choque entre civilização e natureza. A obra de Gabriel Abrantes constitui um retrato dos nossos dias, tanto pela pluralidade de referências que convoca – do local ao global, do pessoal ao colectivo, da atualidade à história –, mas sobretudo pelo modo descentrado como são trabalhadas.
João Pedro Vale – Não há fim para o caminho Vídeo
"Queria de ti um país de bondade e de bruma queria de ti o mar de uma rosa de espuma". As palavras são de Cesariny mas podem aplicar-se a várias obras de João Pedro Vale, onde o mar é convocado através de referências que vão desde, uma certa ideia de portugalidade, passando pelos castelos de areia da infância até obras mais recentes de revisitação homoerótica. João Pedro Vale tem vindo a construir, há mais de uma década, um percurso coerente em torno da problemática da identidade nas suas configurações pessoais e colectivas, sexuais e nacionais, atendendo ainda ao universo da infância como condicionador de valores e condutas.
Pedro Barateiro/Vasco Araújo
27 de Abril
3.º e 4.º episódio
Pedro Barateiro Vídeo
Pedro Barateiro recorre frequentemente nas suas obras a textos, tanto próprios como apropriados. Um deles, uma citação de Oscar Wilde, pode servir de introdução à sua pesquisa: "O mistério do mundo é o visível e não o invisível". O seu trabalho questiona sobretudo o espaço, não só o espaço da arquitectura mas também o espaço institucional, simbólico e narrativo resultante de um contexto histórico e cultural.
Vasco Araújo Vídeo
"Là ci dare la mano, La mi dirai di sì. Vedi, non è lontano, Partiamo, ben mio, da qui". A evocação do Don Giovanni, de Mozart, recorda-nos a formação em música erudita com que Vasco Araújo complementou os estudos artísticos, que efetuou na FBAUL e na Maumaus, e a importância que o universo operático ocupa em alguns dos seus trabalhos.
Filipa César/João Onofre
4 de Maio
5.º e 6.º episódio
Filipa César – Trabalhos do olhar Vídeo
"A arte não é um reflexo da realidade mas a realidade do reflexo" são palavras de um filme de Godard que, a dado momento, alguém cita no documentário Trabalhos do Olhar. Tal constitui, de certa forma, uma síntese da obra de Filipa César, que aprendeu que não queria ser pintora, e que cedo se instalou em Berlim, que qualifica como cidade em processo. Grande parte da sua pesquisa centra-se na relação entre documentário e ficção, explorando as fissuras e os limiares entre ambas.
João Onofre – Ver na escuridão Vídeo
E se de repente uma banda de heavy metal saísse de dentro de uma caixa negra? Se essa caixa replicasse uma obra icónica da arte minimalista então estaríamos perante um trabalho de João Onofre. O documentário Ver na Escuridão apresenta algumas das suas obras mais marcantes, bem como o seu local e metodologia de trabalho, dando voz ao próprio artista e a diversos especialistas. Ressalta também a importância que o vídeo assume na sua obra, bem como o cruzamento com uma dimensão performativa, que testa frequentemente os limites físicos e/ou emocionais dos intervenientes.
Adriana Molder/Carlos Bunga
11 de Maio
7.º e 8.º episódio
Adriana Molder – Entre rostos e outras personagens Vídeo
"All right Mr. De Mille, I´m ready for my close-up". No rosto de Gloria Swanson, em Sunset Boulevard, é toda a tradição ocidental - que situa no rosto a intercepção entre a imagem e a identidade - que se despede. O carácter problemático dessa intercepção, na contemporaneidade, percorre o trabalho de Adriana Molder que conjuga imagem, identidade, desenho e retrato.
Carlos Bunga – O mundo é um país
Embora também tenha trabalhos em vídeo, desenho e fotografia, as obras mais marcantes de Carlos Bunga são constituídas por grandes instalações site specific elaboradas predominantemente com cartão prensado, materiais pobres, comuns e característico da sociedade de consumo. O artista define-se a si mesmo como um nómada, atitude que coloca no centro da sociedade contemporânea. É um mundo que também é um país.
Ana Cardoso/Francisco Vidal
18 de Maio
9.º e 10.º episódio
Ana Cardoso Vídeo
"Sister, if you can´t paint in New York, you´d better give up ...". A paráfrase de um conhecido filme do início dos anos 50 sintetiza o documentário sobre Ana Cardoso, o qual se desenrola entre a circulação da artista portuguesa no meio nova-iorquino – a sua formação no Hunter College, a convivência no meio artístico local, as galerias, as inaugurações – e a possibilidade de continuar a pintar no início do século XXI.
Francisco Vidal – Como o bater do coração Vídeo
Como é que se pode nadar contra a corrente? Talvez vestindo uns calções e uma touca e entrando numa piscina cheia não de água mas de desenhos e mapas. O documentário "Como o bater do coração" leva-nos ao encontro de Francisco Vidal numa piscina vazia em Viana do Castelo e conduz-nos num itinerário pela sua obra.