11. O Resto é Silêncio

Augusto Monterroso – Honduras

3 de Junho

Sinopse:

Esta é a história de Eduardo Torres, cidadão ilustre de San Blas. Recorrendo a testemunhos, selectas, aforismos, entre outros elementos de natureza biográfica, O Resto é Silêncio dá-nos a conhecer a vida e a obra de um homem que ao longo dos seus dias “chegou, viu e foi sempre vencido, quer pelos elementos, quer pelas naus inimigas”. Compilado por um tal Augusto Monterroso, o texto esconde a sua natureza ficcional e apresenta-se como legítima homenagem biográfica a um pretenso intelectual portador dos grandes valores universais, o que vai sendo desmentido pelas estratégias textuais do próprio Augusto Monterroso. Desta forma, o autor apresenta-nos um mundo de equívocos, simulações e espelhos, onde a mestria narrativa, a retórica clássica, a ironia refinada, o humor inteligente e a intertextualidade (Melville, Cervantes ou... Monterroso) se combinam admiravelmente.

Augusto Monterroso, figura maior das letras guatemaltecas, nasceu em 1921 em Tegucigalpa, nas Honduras. Considerado um dos mestres da mini ficção e da narrativa breve, escreveu o famoso conto “Dinossauro”, considerado o mais curto da história da literatura, sendo ainda autor das obras Oveja Negra y demás fábulas, Movimiento Perpetuo e Viaje al centro de la fábula. Foi agraciado com vários prémios, entre os quais se destacam os prémios Juan Rulfo, Xavier Villaurrutia e Príncipe das Astúrias das Letras. A obra de Augusto Monterroso está traduzida em várias línguas, incluindo a latina e autores como Julio Cortázar, Carlos Fuentes, Juan Rulfo ou Gabriel García Márquez reconhecem a influência que este autor exerceu na sua escrita.